O medo começa a rondar as casas de milhares de famílias, tanto de rondonienses como de outros estados da região, por causa do grande perigo que estão correndo os cerca de 25 mil estudantes brasileiros, a maioria vivendo muito de perto da série de confrontos que têm se registrado na Bolívia nos últimos dias. Desde a eleição (sob suspeita), para um quarto mandato do presidente Evo Morales, o país está dividido e muito perto de uma conflagração que pode se tornar rumos imprevisíveis. A segunda-feira marcou o sexto dia de grandes protestos dos que consideram que houve fraude na disputa e que Morales foi proclamado vencedor sob a suspeita de um conluio com a Justiça Eleitoral, para mantê-lo no poder, contra grupos que apoiam o Presidente, muitos deles membros de milícias. Em alguns pontos de Santa Cruz de La Sierra, mineiros que apoiam Morales proíbem a circulação de ônibus, caminhões e carros e ameaçam explodir com dinamite quem tentar passar pelo bloqueio. No site eldeber.com.bo, várias notícias e fotos dos confrontos ilustram a cobertura jornalística dos lamentáveis eventos na Bolívia. Carlos Mesa, o adversário do Presidente, não se considera derrotado nas urnas. E culpa o governo pelo clima de violência desencadeado no país. Mesa considerou ainda, “uma invenção” a denúncia sobre um suposto golpe contra Morales. ‘A responsabilidade total pelas ações de violência pertence ao governo, que instruiu os militantes do partido oficial para gerar confrontos e violência”. Partidários de Mesa também acusam o governo boliviano de ter pago anúncios, com dinheiro público, em redes sociais, para culpá-lo pela crise. A OEA exige que seja realizado um segundo turno. Evo Morales diz que se for encontrada prova de fraude, ele aceitaria a imposição.
Nas ruas, os confrontos se acentuam e se ampliam, em várias cidades. Há o temor de que eles cheguem à fronteira com o Brasil, principalmente no Beni, que faz fronteira com Guajará Mirim. Já a situação dos estudantes que cursam Medicina em Santa Cruz é extremamente preocupante. O Consulado Geral do Brasil em Santa Cruz, sugere aos brasileiros que vivem no país, que “mantenham alto grau de cautela”, enquanto os confrontos prosseguirem. Sugeriu que não se tente romper bloqueios para tentar sair do país e quem não puder sair, por segurança, deve permanecer em suas casas ou em hotéis. O baixo preço dos cursos de Medicina na Bolívia, até dez vezes menos do que os das faculdades do Brasil, atraem cada vez mais jovens. Além de superarem uma série de problemas, eles, mesmo formados, só podem clinicar no seu país depois de aprovados no Revalida, o exame que testa os conhecimentos desses profissionais. Não se sabe como os partidários de Evo Morales, que têm usado de violência contra adversários, tratarão os brasileiros, ainda mais depois que o governo Bolsonaro se aliou a outros países, que exigem um segundo turno, até prova definitiva de que não houve fraude.
ASFALTO DA BR 319 GANHA 400 MILHÕES
A notícia quase passou desapercebida, apesar da sua enorme importância. Aliás, é uma ótima notícia para Rondônia, para o Amazonas e para toda nossa região. Na semana passada, praticamente sem alarde, foi acertada a liberação de recursos na ordem de 400 milhões de reais, para reinício das obras de asfaltamento da BR 319. Isso mesmo! A Comissão e Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e Amazônia, aprovou que emenda nesse valor seja incluída no orçamento de 2020. A proposta foi de dois parlamentares amazonenses e a intenção é de que os recursos sejam incluídos na proposta orçamentária do ano que vem. Se isso ocorrer, de verdade, se poderá dizer que boa parte dos recursos necessários para a reforma geral e pavimentação do trecho central da 319, cerca de 400 quilômetros, o que está em pior estado, começará, enfim, a ser reconstruído. O valor acordado via emendas parlamentares não resolverá todas as necessidades da rodovia numa só tocada. Mas como a obra deve levar alguns anos, se as injeções financeiras continuarem ano a ano, em breve teremos a nova rodovia com nos liga a Manaus totalmente pronta e em ótimas condições de tráfego. Torçamos para que isso ocorra, finalmente!
Correio do Vale