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“Matou alguém? Não importa se tem 12 anos, vai cumprir pena como se tivesse 20 ou 30”, diz Mourão

“Matou alguém? Não importa se tem 12 anos, vai cumprir pena como se tivesse 20 ou 30”, diz Mourão

Em painel sobre a segurança pública na tarde desta sexta-feira (22), em Porto Alegre, o presidente da República em exercício, general Hamilton Mourão, defendeu a redução da maioridade penal, fez críticas à progressão de pena e disse que “presídio não pode ser local de recreação”.

Organizado pelo gabinete do deputado estadual tenente-coronel Luciano Zucco (PSL), o evento também teve a participação do secretário nacional de Segurança Pública, general Guilherme Theophilo, e do vice-governador e secretário de Segurança Pública do Estado, Ranolfo Vieira Júnior.

Antes de Mourão falar, Theophilo deu a tônica do que pensa o atual governo sobre o sistema prisional, sob o olhar de aprovação do presidente em exercício. O general, que concorreu ao governo do Ceará pelo PSDB nas últimas eleições (e perdeu), destacou a necessidade de “colocar preso para cantar o hino, para fazer faxina, para trabalhar”.

Citou um exemplo do Estado natal, onde, segundo ele, existem o “dia do presidiário” e a “noite do amor”, com visitas íntimas liberadas, onde “ninguém é de ninguém”. Arrancou gargalhadas e aplausos do público.

— Preso não tem de estar em motel. Preso tem de estar preso — disse o Theophilo.

Convidado a falar pelo deputado Zucco, Mourão fez graça, dizendo que “o Guilherme já disse tudo”. O braço direito de Jair Bolsonaro afirmou, então, que “a cadeia não pode ser local de férias para quem comete crime”:

— Numa sociedade de massa, só tem uma coisa que coíbe a anarquia: é o primado da lei. Isso a gente aprende desde cedo em casa, quando a gente faz algo errado e o pai e a mãe botam de castigo. O presídio não pode ser local de recreação. Tem de haver disciplina lá dentro.

Sobre a discussão em torno da redução da maioridade penal, Mourão disse estar “100% alinhado” com Bolsonaro.

— Fica-se muito na discussão da questão dos direitos humanos. O que vejo é que os adolescentes de hoje têm muito mais informação do que os adolescentes do meu tempo. Eles sabem muito bem o que estão fazendo. Temos de lidar sem preconceitos com a questão da maioridade penal. Matou alguém? Se tem 12, 13, 14 anos, vai cumprir a pena como se tivesse 20, 30, 40 — concluiu.


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