O que é Depressão?
A depressão é uma doença psiquiátrica que gera tristeza profunda, perda de interesse, ausência de ânimo e oscilações de humor. Muitas vezes é confundida com ansiedade e pode levar a pensamentos suicidas. Assim, é essencial diagnosticar a doença e iniciar acompanhamento médico.
A doença atinge mais de 300 milhões de pessoas de todas as idades no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a estimativa é que 5,8% da população seja afetada pela doença.
Relação entre tristeza e depressão
Há uma grande diferença entre tristeza e depressão. A tristeza pode ocorrer desencadeada por algum fato do cotidiano, em que a pessoa realmente sofre com aquilo até assimilar o que está acontecendo e geralmente não dura mais do que quinze a vinte dias.
Por sua vez, a depressão se instala e se não for tratada pode piorar e passar por três estágios: leve (CID 10 F33.0), moderada (CID 10 – F33.1) e grave (CID F33.2).
Depressão: o que é
A depressão em nível leve geralmente pode ser controlada sem medicamentos, sendo tratada com terapia e exercícios físicos, por exemplo.
Já os níveis moderado e grave têm o auxílio de medicamentos para amenizar os sintomas da depressão, além da terapia e outras opções para melhorar a qualidade de vida do paciente, prescritas por psicólogos e psiquiatras.
Diferença entre ansiedade e depressão
Muitas vezes, a depressão e ansiedade estão intimamente ligadas. Os sintomas se associam, e potencializam o mal-estar. Para entender mais sobre o assunto, leia sobre o momento que os dois distúrbios se associam e o que fazer nessas situações.
Teste de depressão
O diagnóstico da depressão deve ser feito por um especialista. Entretanto, é possível reconhecer alguns sintomas em si mesmo, para saber se está na hora de buscar ajuda médica.
Confira nosso teste de sintomas de depressão, em que você pode verificar seus conhecimentos sobre a doença e refletir se está experienciando sinais que indicam a existência do distúrbio emocional.
Sintomas
Sintomas de Depressão
Sintomas da depressão: emocionais
Geralmente a pessoa pode apresentar dois ou mais dos seguintes sintomas:
- Apatia
- Falta de motivação
- Medos que antes não existiam
- Dificuldade de concentração
- Perda ou aumento de apetite
- Alto grau de pessimismo
- Indecisão
- Insegurança
- Insônia
- Falta de vontade de fazer atividades antes prazerosas
- Sensação de vazio
- Irritabilidade
- Raciocínio mais lento
- Esquecimento
- Ansiedade
- Angústia
- Vontade de morrer
Saiba mais: Você sabe reconhecer os sintomas da depressão?
Estes são alguns dos indícios da depressão. Mas, se houver dúvida, procure um especialista para ter um diagnóstico e tratamento corretos. Não tenha medo ou vergonha de expressar o que realmente está sentindo e vivenciando, pois esses profissionais irão se basear nestes dados para prescreverem o melhor tratamento e, a partir daí, você voltará a ter qualidade de vida, com alegria e bem-estar.
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Sintomas da depressão: físicos
Além dos sintomas emocionais, a depressão também dá sinais físicos. Entre eles:
- Dores de barriga
- Má digestão
- Azia
- Constipação
- Flatulência
- Tensão na nuca e nos ombros
- Dores de cabeça
- Dores no corpo
- Pressão no peito
- Queda da imunidade
Causas
Depressão é doença?
A depressão envolve uma ampla família de doenças, por isso é denominada como síndrome e, então, classificada como doença.
Há uma série de evidências que mostram alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação aos neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina), substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células. Outros processos que ocorrem dentro das células nervosas também estão envolvidos.Saiba mais: Fique alerta com as principais causas de depressão
O que provoca a depressão?
Ao contrário do que normalmente se pensa, os fatores psicológicos e sociais, muitas vezes, são consequência e não causa da depressão.
Vale ressaltar que o estresse pode precipitar a depressão em pessoas com predisposição, que provavelmente é genética. A prevalência (número de casos numa população) da depressão é estimada em 19%, o que significa que aproximadamente uma em cada cinco pessoas no mundo apresenta o problema em algum momento da vida.
Diagnóstico e Exames
Fatores de risco
Alguns fatores podem facilitar o aparecimento dessa patologia. Veja aqui os gatilhos mais comuns da depressão:
- Abuso: Sofrer abuso físico, sexual ou emocional pode aumentar a vulnerabilidade psicológica, agravando as chances de desenvolver a depressão.
- Medicações específicas: Alguns elementos químicos, como a Isotretinoína (usada para tratar a acne), o antiviral interferon alfa, e o uso de corticóides, podem aumentar o risco de desenvolver depressão.
- Conflitos: A depressão em alguém que já tem predisposição genética para a doença, pode ser resultado de conflitos pessoais ou disputas com membros da família e amigos.
- Morte ou perda: A tristeza ou luto proveniente da morte ou perda de uma pessoa amada, por mais que natural, pode aumentar os riscos de desenvolver depressão
- Genética: Um histórico familiar de depressão pode aumentar as chances de desenvolver a doença. Contudo, é de conhecimento científico que a depressão é complexa, o que significa que pode haver diversos genes que exercem pequenos efeitos para o surgimento da doença, ao invés de um único gene que contribui para o quadro clínico.
- Eventos grandiosos: Eventos negativos, como ficar desempregado, divorciar-se ou se aposentar, podem ser prejudiciais. Porém, até mesmo eventos positivos, como começar um novo emprego, formar-se ou se casar, podem ocasionar a depressão. Entretanto, é importante reiterar que a depressão não é apenas uma simples resposta frente a momentos estressantes do cotidiano, mas algo mais persistente.
- Problemas pessoais: Problemas como o isolamento, causado por doenças mentais, ou por ser expulso da família e de grupos sociais, também podem contribuir para o surgimento da depressão, assim como baixa autoestima.
- Doenças graves: Às vezes, a depressão pode coexistir com uma grande doença, como por exemplo, o câncer. Ou, então, pode ser estimulada pelo surgimento de um problema de saúde.
- Abuso de substâncias: Aproximadamente 30% das pessoas com vícios em substâncias apresentam depressão clínica ou profunda, como álcool, cigarro, remédios e drogas ilícitas.
Tipos de depressão
Existem diversos tipos de distúrbios de depressão. Os mais comuns são:
Episódio depressivo
Um episódio depressivo costuma ser classificado como um período de tempo em que a pessoa apresenta uma alteração em seu comportamento. Os principais sintomas são:
- Tristeza
- Falta de energia
- Falta de iniciativa
- Falta de prazer
- Alteração do sono
- Alteração do apetite
- Pensamento lento
- Funções motoras mais lentas
Estes quadros tendem a ter uma duração mais curta, de até seis meses, sem uma intensificação dos sintomas.
Depressão profunda (Transtorno depressivo maior)
Se uma pessoa começa a ter quadros depressivos recorrentes ou mantém os sintomas de depressão por mais de seis meses com uma intensificação do quadro, pode-se considerar que ela esteja passando por uma depressão profunda (ou transtorno depressivo maior).
Normalmente o transtorno depressivo maior é um quadro mais grave e também tem grande relação com a herança genética. Nele há uma mudança química no funcionamento do cérebro, que pode ser desencadeada por uma causa física ou emocional.
Depressão bipolar
As fases de depressão dentro do transtorno bipolar também são consideradas um subtipo de depressão. Os sintomas apresentados na fase de tristeza são os mesmos de um episódio depressivo. Já nas fases de euforia, o paciente pode apresentar sintomas como:
- Agitação
- Ocupação com diversas atividades
- Obsessão com determinados assuntos
- Aumento de impulsividade
- Aumento de energia
- Desatenção
- Hiperatividade
Distimia
Distimia é uma forma crônica de depressão, porém, menos grave do que a forma mais conhecida da doença. Com a distimia, os sintomas de depressão podem durar um longo período de tempo – muitas vezes, dois anos ou mais.
O paciente com distimia costuma:
- Perder o interesse nas atividades diárias normais
- Sentir-se sem esperança
- Ter baixa produtividade
- Ter baixa autoestima
- Sentir-se inadequado
- Ser excessivamente crítico
- Reclamar constantemente
- Ser incapaz de se divertir
Entenda melhor sobre a distimia.
Depressão atípica
Normalmente os quadros de depressão atípica costumam ser melancólicos, em que o paciente apresenta principalmente tristeza e pensamentos de morte, desesperança e inutilidade. Há ainda o predomínio de falta de energia, cansaço, aumento excessivo de sono e o humor apático.
Depressão sazonal
O maior exemplo de depressão sazonal são os episódios de tristeza relacionados ao inverno, que ocorrem devido à baixa exposição à luz solar.
Existem outros tipos de depressões sazonais, ligadas às épocas do ano. Por exemplo, durante as festas de final de ano em que os níveis de estresse acabam aumentando devido a pensamentos de promessas não cumpridas durante o ano e ansiedade por um novo período a vir.
Fique atento com períodos de tristeza e de desânimo que acontecem em épocas específicas – sempre que está frio ou sempre próximo de uma data, por exemplo.
Depressão pós-parto
A depressão pós-parto ocorre logo após o parto. Os sintomas incluem tristeza e desesperança. Muitas novas mães experimentam alterações de humor e crises de choro após o nascimento do bebê, que se desvanecem rapidamente. Essas mudanças de humor acontecem principalmente devido às alterações hormonais decorrentes do término da gravidez. No entanto, algumas mães experimentam esses sintomas com mais intensidade, dando origem à depressão pós-parto.
Depressão psicótica
A depressão psicótica alia os sintomas de tristeza a outros menos típicos, como delírios e alucinações. Este é considerado um tipo de depressão grave, mas costuma ser raro. No entanto, qualquer pessoa pode desenvolvê-lo e não só quem tem histórico de psicopatia na família.
Depressão na adolescência
A depressão na adolescência é caracterizada pelos mesmos sintomas da depressão profunda. A única e importante diferença é que normalmente, no lugar da tristeza, costumam apresentar irritabilidade.
No Brasil, cerca de 20% dos adolescentes entre 14 e 15 anos apresentavam depressão leve a moderada; e quase 9%, depressão grave.
Já entre os jovens de 16 e 17 anos o número de depressão grave aumenta (17,1%). E 13,5% têm depressão leve a moderada.
A depressão grave costuma ser mais comum em adolescentes com ansiedade, abuso de drogas, além de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.
Muitos pais acham que certas atitudes podem ser rebeldia e não sintomas de depressão na adolescência, como resistência em fazer tarefas, dificuldade em estudar e permanência excessiva no quarto.
É recomendável que a família procure orientação psiquiátrica para que seja feito um diagnóstico preciso sobre o adolescente e a possibilidade de depressão.
Se seu filho ou filha adolescente apresenta depressão, especialistas indicam aos pais para se manterem abertos a conversas e interessados em saber do dia a dia dele ou dela.
Depressão infantil
A depressão infantil é bastante semelhante à depressão na adolescência, tendo como sintomas mais comuns a irritabilidade, perda de interesse, mau humor, tristeza e isolamento.
Além dos fatores também comuns a adultos que podem levar à depressão, crianças também apresentam algumas outras causas que potencializam a doença:
- Sofrer maus tratos domésticos
- Ser vítima de bullying
- Pertencer a minorias sexuais
- Ser rejeitado por algum familiar ou amigo
Contudo, pesquisas mostram que muitas crianças que tendem a praticar bullying também sofrem de depressão; e que uma relação afetiva calorosa com os pais diminui drasticamente à predisposição à doença.
Os pais ou responsáveis devem procurar um médico psiquiátrico quando a criança apresentar principalmente:
- Tristeza profunda ou prolongada
- Desânimo persistente
- Dificuldade para realizar atividades que gostava antes
- Alterações de apetite e sono
- Frases muito pessimistas
- Dificuldade de concentração e atenção
Ao desconfiar de que há “algo errado” com a criança, procure um médico.
Entenda por que muitas crianças e adolescentes aderiram ao e como isso tem preocupado tanto os pais.
Depressão na menopausa
A depressão na menopausa nem sempre é associada à tristeza, choro compulsivo e desinteresse. Isso porque, nesta fase da vida da mulher, o transtorno depressivo costuma causar irritabilidade, cansaço, desamparo ou até mesmo por meio de outras doenças, como vaginite, gripe, herpes, gastrite e cefaleia.
Mulheres entre 35 e 50 anos, portanto, têm mais riscos de apresentarem depressão devido ao período de grandes alterações hormonais devido à chegada da menopausa. Essas mudanças podem ocasionar abalos emocionais e físicos, resultando na doença.
Vale ressaltar que a chamada “transição menopausal” é dividida em:
- Perimenopausa: declínio da função ovariana até um ano após a menopausa
- Menopausa: término da atividade ovulatória folicular e um ano de amenorréia, ou seja, sem menstruar
- Pós-menopausa: a partir de um ano sem menstruar
Além das alterações hormonais, há outros fatores específicos em mulheres que podem desencadear uma depressão:
- Relacionamento conjugal desgastado ou rompido
- Apego excessivo na criação dos filhos
- Histórico de depressão ou outros transtornos psiquiátricos na família
- Doenças clínicas
- Baixa condição socioeconômica
- Baixa escolaridade
- Perda precoce dos pais
Depressão gestacional
A depressão gestacional é realidade a mais de 70% das mulheres, que apresentam queixas de depressão durante a gravidez.
Mulheres em idade fértil (considerada hoje entre 10 e 49 anos de idade) têm duas vezes mais chances de terem episódio de depressão do que homens.
Ainda, cerca de 25% das mães que tiveram depressão pós-parto apresentavam sintomas de depressão gestacional.
Afinal, variações hormonais e estresses por conta da mudança no corpo, junto a preocupações excessivas com o fato de colocar uma criança ao mundo, podem implicar em uma maior probabilidade de transtornos mentais, como a depressão.
A depressão gestacional pode causar sintomas como insônia, ausência de apetite ou apetite excessivo, enjoo e fadiga. com queixas somáticas como insônia, falta ou ausência de apetite, enjoo, fadiga, medo, irritabilidade e redução na libido.
Esses sintomas são comuns à qualquer gestação e, portanto, vistos com normalidade – o que pode dificultar o diagnóstico da depressão na gravidez.
O tratamento correto, com acompanhamento médico, é essencial para a boa saúde da mãe e do bebê.
Sintomas
Buscando ajuda médica
É perfeitamente normal sentir-se triste, chateado ou infeliz com situações estressantes da vida. Contudo, pessoas com depressão experimentam essas sensações constantemente durante por anos. Isso pode interferir nos relacionamentos, trabalho e atividades diárias.
Se você apresenta os sintomas de depressão e acredita que isso esteja atrapalhando suas atividades e modo de vida, busque ajuda. Se não tratada efetivamente, a depressão pode progredir para algo mais grave, como as tentativas de suicídio.
Diagnóstico e Exames
Na consulta médica
Especialistas que podem diagnosticar a depressão são:
- Clínico geral
- Psiquiatra
- Psicólogo
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:
- Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
- Histórico médico, incluindo outras condições que você tenha e medicamentos ou suplementos que toma com regularidade
- Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
- Quais são seus sintomas e o quão severos eles são?
- Como estes sintomas impactam no seu dia a dia?
- Você se sente deprimido na maior parte do dia?
- Quando você começou a notar que estava depressivo?
- Você já pensou em morte ou suicídio?
- Seus sentimentos de depressão são ocasionais ou contínuos?
- O que parece aumentar sua tristeza?
- Você já passou por alguma experiência traumática?
- Você tem ou já teve outras condições de saúde física ou mental?
- Você usa algum medicamento?
- Você tem histórico familiar de depressão?
Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar. Para driblar a ansiedade neste momento, preparamos algumas perguntas básicas que podem te ajudar:
- Qual é a causa mais provável para minha depressão?
- Existem outros fatores que podem piorar minha depressão?
- Eu preciso ver outro médico ou um psicólogo/psiquiatra?
- Que tipo de terapia pode me ajudar?
- Medicamentos podem me ajudar?
- Posso fazer algum tipo de terapia complementar?
- Além do tratamento, o que posso fazer para ajudar a diminuir minha depressão?
Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.
Diagnóstico de Depressão
O diagnóstico é feito com base nos sintomas apresentados, em como a pessoa se apresenta fisicamente e emocionalmente no momento e em uma breve análise do seu histórico de vida e familiar.
Além disso, a depressão é classificada de acordo com a sua intensidade – leve, moderada ou grave. Portanto, o especialista precisa fazer uma avaliação para entender que condições te levam a ter depressão e como amenizá-la.
Tratamento e Cuidados
Depressão tem cura?
Depressão tem cura?
Desde que tenha sido realizado um diagnóstico correto que leve em consideração todos os fatores envolvidos, o que se pode esperar é uma melhora total do quadro depressivo.
Com os métodos de tratamento atuais, e principalmente com os fármacos de ultima geração, o prognóstico é realmente muito bom e pode, sim, afastar o paciente da depressão.
Diagnóstico e Exames
Exames
Para excluir a possibilidade de doenças físicas, podem ser pedidos exames como:
- Exame físico durante a consulta
- Exame de sangue
- Exames neurológicos
Tratamento e Cuidados
Tratamento de Depressão
Como se trata de uma família grande de “depressões” com múltiplas causalidades, antes de se iniciar qualquer tratamento é necessário que seja feita uma investigação rigorosa. Por isso, consulte um médico especialista no assunto.
Após o levantamento das causas envolvidas pode-se fazer um planejamento terapêutico adequado. Existem diversas “ferramentas” terapêuticas e a medicamentosa é uma das mais importantes.
Existem mais de 30 antidepressivos disponíveis. Ao contrário do que alguns temem, essas medicações não são como drogas, que deixam a pessoa eufórica e provocam vício. A terapia é simples e, de modo geral, não incapacita ou entorpece o paciente.
Alguns pacientes precisam de tratamento de manutenção ou preventivo, que pode levar anos ou a vida inteira, para evitar o aparecimento de novos episódios de depressão. A psicoterapia ajuda o paciente, mas não previne novos episódios, nem cura a depressão.
Depressão: Tenho depressão, e agora?
A técnica auxilia na reestruturação psicológica do indivíduo, além de aumentar a sua compreensão sobre o processo de depressão e na resolução de conflitos, o que diminui o impacto provocado pelo estresse.
Psicoterapia
A terapia com um psicólogo pode ajudar o paciente a entender os fatores do dia a dia que desencadeiam a depressão, reduzir seus sintomas e trabalhar os eventos que o levaram a desenvolver este problema.
Algumas abordagens são mais recomendadas, como:
Psicanálise freudiana: O autoconhecimento é a chave desse tipo de psicanálise, baseada no pensamento de Freud. A psicanálise freudiana foca no inconsciente e traz seus problemas para o consciente.
Psicanálise junguiana: Ela leva em consideração o inconsciente, o que é reprimido e passa a tratá-lo através de símbolos, imagens oníricas, usando os sonhos como método de análise.
Exercícios
Muitas pessoas procuram alternativas para acabar com os sintomas da depressão. Uma forma de ajudar no tratamento é inserir a prática de exercícios físicos na rotina.
Psicanálise lacaniana: Nessa abordagem, há associação livre de palavras e é através da linguagem que chegamos ao núcleo do ser.
Gestalt: É considerada uma terapia holística, justamente por levar em conta o todo das situações.
Um estudo realizado pelo Centro Médico de Southwestern, na Universidade do Texas (EUA), descobriu que a prática de exercícios aeróbicos regulares pode reduzir os sintomas de depressão pela metade.
De acordo com a pesquisa, o grupo que praticou exercícios aeróbicos cinco vezes por semana reduziu os sintomas em 47% após três meses de treinos. Já o grupo que se exercitava três vezes por semana melhorou seus sintomas em 30%.
A atividade física proporciona distração e convívio social, além de liberar substâncias como endorfina e serotonina, responsáveis por melhorar o humor.
Praticar esportes, seja de curta ou longa duração, causa bem-estar mental e melhora psicológica na maioria das pessoas. Bastam 15 a 30 minutos de exercícios em dias alternados para sentir os efeitos positivos.
Depressão: Dicas para combater
Terapia cognitivo-comportamental: Mais conhecida como TCC, ela se foca em problemas específicos e na melhor forma de saná-los.
Medicamentos para Depressão
Remédios para depressão
Os medicamentos mais usados para o tratamento de depressão são:
- Amitriptilina
- Ansitec
- Cinarzina
- Citalopram
- Clomipramina
- Clonazepam
- Daforin
- Donaren
- Dual
- Escitalopram
- Exodus
- Fluoxetina
- Lexapro
- Lorax
- Lorazepam
- Mirtazapina
- Paroxetina
- Rivotril
- Cloridrato de sertralina
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e nunca se automedique.
Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Convivendo (prognóstico)
Complicações possíveis
Pessoas depressivas há muito tempo e sem tratamento podem ter uma série de problemas como:
- Baixas no sistema imunológico
- Aumento dos processos inflamatórios
- Cansaço extremo
- Fraqueza
- Insônia (ou sono de má qualidade)
- Dificuldade para se concentrar
- Problemas ou disfunções sexuais
- Problemas digestivos
- Isolamento social
- Suícidio
- Abuso de substâncias.
Suicídio e depressão
O suicídio e depressão são muito relacionados. Contudo, nem todas as pessoas que apresentam um transtorno depressivo têm o risco de cometer suicídio. Geralmente a pessoa manda uma série de sinais através do comportamento, mas que nem sempre são percebidos ou, então, não são levados a sério.
Qualquer pessoa que tenha um agravamento muito severo de um quadro depressivo, a ponto de não querer mais viver (mesmo que não mencione se matar), é um candidato em potencial ao suicídio.
A depressão é uma doença multicausal e bastante complexa. Vários são os fatores que podem agravá-la a ponto de levar uma pessoa a tirar a própria vida:
- Doenças orgânicas: Parkinson, doenças reumáticas, câncer, entre outras doenças, podem produzir como consequências físicas e psíquicas um estado depressivo muito intenso.
- Dificuldade ou recusa em buscar ajuda ou tratamento: a doença vai tendo uma evolução progressiva, levando o indivíduo à total falta de energia e vontade de viver.
- Situações de perda muito intensas: Estes acontecimentos costumam produzir uma verdadeira ruptura de valores do indivíduo. É como se ele perdesse (ou fosse perder) tudo que significa ou dá sentido a sua vida. Não tendo outros valores para continuar vivendo, tenta tirar sua própria vida.
Nessa situação, falar que “quer morrer” deve ser levado a sério, pois muitos que ameaçam o suicídio realmente fazem a tentativa por estarem cansados de viver e sofrer com a depressão.
Convivendo/ Prognóstico
Além de seguir o tratamento à risca, alguns cuidados caseiros podem ajudar na recuperação de quem sofre com depressão:
12 alimentos para controlar a depressão
- Leite e iogurte desnatado
- Frutas
- Laranja e maçã
- Banana e abacate
- Mel
- Ovos
- Carboidratos complexos
- Carnes magras e peixes
- Aveia e centeio
- Folhas verdes
- Soja
Entenda como incluir esses alimentos na dieta e qual a melhor forma de consumir!
Sinais de recuperação da depressão
Saiba reconhecer alguns fatores que indicam que sua depressão está indo embora:
Você se sente feliz na maioria dos dias: O tratamento contra a depressão não visa a felicidade em todos os momentos da vida, até porque isso é algo humanamente inalcançável; mas tem como objetivo que a pessoa volte ao humor que costumava ter antes da doença. Então, quando uma pessoa passa menos dias depressiva, pode ser um sinal de que o tratamento está funcionando.
Você está se alimentando normalmente: A depressão pode gerar tanto a ausência como o aumento de apetite. Se você perceber que seu apetite está retornando a como era antes, isso é um ótimo sinal!
Você tem boas noites de sono: Se dificuldades para dormir, insônia ou até mesmo hipersonia (sono excessivo) passaram a ser menos frequentes, significa que seu tratamento está progredindo.
Como sair da depressão
- Pratique exercícios físicos
- Mantenha a agenda em dia
- Alimente-se bem
- Fuja do álcool
- Volte a ver beleza nas pequenas coisas
- Ocupe-se com atividades divertidas
- Reconquiste uma boa noite de sono
Você interage com outras pessoas: Normalmente quem passa por uma depressão acaba se isolando socialmente. Portanto, voltar a frequentar locais que gostava e a ter relações com amigos e parentes (e sentir-se bem com isso) é um sinal de que a depressão está indo embora.
Aplicativos para combater a depressão
Existem vários aplicativos que ajudam a controlar a depressão. Veja alguns a seguir, sempre lembrando que eles não substituem um bom acompanhamento médico:
- Diário – Controle de Humor
- Autoavaliação de depressão
- Cíngulo – Autoconhecimento
- Pacifica – Stress & Anxiety (em inglês)
Você consegue se concentrar: A depressão pode causar dificuldades de atenção e concentração. Então, caso você esteja conseguindo voltar a se concentrar no trabalho, estudos e até mesmo em tarefas do dia a dia, é um sinal de você está se afastando da depressão!
Você sente prazer sexual:Muitas pessoas, quando em depressão, não sentem o mesmo prazer que sentiam anteriormente ao ter uma relação sexual. Assim, se sua libido tem voltado e seu desejo sexual está aumentando, sua depressão está passando.
Você não tem mais pensamentos suicidas: Em uma pessoa que está progredindo no tratamento contra a depressão, a tendência é que os pensamentos suicidas sejam eliminados.
Mesmo ao notar estes sinais, é importante continuar com o acompanhamento médico e as indicações prescritas pelo profissional.
Famosos com depressão
Algumas celebridades, desde cantores a apresentadores, abriram o jogo com o público e comentaram sobre suas relações com a depressão.
5 famosos que têm depressão
Fernanda Lima, apresentadora
A atriz e apresentadora Fernanda Lima conta que teve depressão ao protagonizar a novela “Bang Bang” (2005-2006). Ela afirma que seu episódio depressivo foi ocasionado, principalmente, pelas duras críticas que recebia na época, quando estava em período de experiência.
Após ter diversos momentos de tristeza profunda, ela encontrou no yoga uma saída para escapar da depressão.
Ricardo Boechat, jornalista
O jornalista e ex-âncora de televisão Ricardo Boechat relevou que foi diagnosticado com depressão após sofrer um colapso minutos antes de entrar no ar.
Ele contou que tentava abraçar mais afazeres do que realmente podia dar conta, o que o causou um surto depressivo. Ao também radialista, a depressão é como um abismo mental e que necessita de ajuda para ser superada.
Zizi Possi, cantora
Famosa por cantar “Asa Morena”, Zizi Possi lidou com a depressão por mais de 13 anos, entre 2001 e 2014.
De acordo com a cantora, a depressão causa a sensação de estar em uma caverna sozinha e sem eco. Para vencer a doença, ela fez tratamento psicológico e aderiu à jardinagem e à arte como novos hobbies.
Selton Mello, ator
Premiado ator brasileiro, Selton Mello, conhecido por interpretar Chicó no filme “O Auto da Compadecida”, sofreu com depressão após interromper o uso de medicamentos para emagrecer.
O ator passou a pesar mais de 100 kg e até pensou em abandonar a carreira. Segundo ele, sua autoestima caiu a níveis drásticos e ele se sentia “vivendo no inferno”.
Selton se recuperou principalmente por meio de exercícios físicos, que o ajudaram a manter o corpo e a mente saudáveis.
Marcelo Rossi, padre
O padre anunciou que tinha preconceito com a depressão, vendo-a como “frescura” e não como doença séria. Seu pensamento só mudou após desenvolver a doença.
Ele somente percebeu a doença quando o Papa Francisco o visitou e Marcelo Rossi não cantou para ele, como habitualmente faria.
Paula Fernandes, cantora
A sertaneja Paula Fernandes foi diagnosticada com depressão aos 20 anos devido ao excesso de importância que dava à sua carreira desde cedo.
Segundo a cantora, a fama a fez pensar como se fosse um produto, que deveria estar sempre em alta na mídia. Com a depressão, teve constantes quedas de cabelo, perda de peso e pensamentos suicidas.
Paula Fernandes passou três anos tratando a doença com terapia e medicamentos.
Anitta, cantora
A cantora Anitta contou teve crises de depressão durante as gravações de uma série sobre sua carreira.
Ela revelou que ficou quatro meses sem conseguir ver uma câmera por perto, o que adiou seu projeto; e que não foi a primeira vez que teve um episódio depressivo.
Whindersson Nunes, humorista
O youtuber e humorista Whindersson Nunes surpreendeu os internautas ao publicar um relato sobre sua depressão nas redes sociais.
Fãs ficaram boquiabertos devido à imagem de Whindersson estar associada a piadas, alegria e risadas. Porém, a depressão pode afetar a todos.
O humorista comentou não sentir mais vontade de viver como antes e que busca ajuda na psicoterapia.
Fabio de Melo, padre
O padre Fabio de Melo revelou em suas redes sociais que sofre de depressão e que “há muita ignorância no trato com pessoas depressivas”.
Em 2017, Fabio revelou sofrer de síndrome do pânico e depressão, afirmando que essas doenças lhe causaram o pior momento de sua vida.
Ele diz ainda que confundimos tristeza com depressão, que é algo estendido e extremamente prejudicial.
Adriana Esteves, atriz
Famosa por interpretar a vilã Carminha na novela “Avenida Brasil”, Adriana Esteves enfrentou a depressão aos 23 anos após se separar e ganhar exposição na mídia por suas atuações na televisão.
A atriz comentou que se sentia perdida e temia a morte, pois não conseguia comer, sair da cama ou tomar banho. Após superar a doença, ela sente como se “tivesse ressuscitado”.
Adele, cantora
Entre os famosos internacionais, a premiada cantora Adele foi também uma das vítimas da depressão.
Ela fez psicoterapia quando jovem após a morte de seu avô e a doença se repetiu, tendo depressão pós-parto.
Sobre a depressão pós-parto, a cantora comenta que era tão obcecada pelo filho que tinha medo de machucá-lo. Portanto, se sentia incapaz de cuidar dele.
Jim Carrey, ator
Conhecido por seus papéis em filmes de comédia, Jim Carrey sofreu de depressão e até mesmo lançou um vídeo sobre como a arte o ajuda a tratar a doença (“Jim Carrey: I Needed Color“).
O ator ficou em depressão por mais de seis anos e encontrou no ato de pintar telas em tinta um meio de não se afogar em tristeza.
Robin Williams, ator
O astro do cinema e vencedor de Oscar cometeu suicídio em 2014, após uma depressão severa.
Conhecido por atuações em filmes como “Uma Babá Quase Perfeita” e “Gênio Indomável”, o ator teve, devido à depressão, dificuldades para superar o segundo divórcio, problemas com drogas ilícitas e álcool.
Biografias sobre Robin Williams revelam que ele teve Parkinson, o que o fez perder peso, reduzir sua capacidade motora e afetar sua memória. Este último aspecto o deixava ainda mais frustrado, pois não conseguia decorar falas de seus personagens.
Tratamento e Cuidados
Cuidados
Como ajudar alguém com depressão
- Converse com a pessoa prestando total atenção às palavras, valorizando os sentimentos dela sem julgá-los.
- Não insinue que a pessoa é fraca por estar com depressão.
- Pesquise sobre a doença, entenda o que é o transtorno.
- Tenha paciência com o discurso do paciente, que é sempre bem pessimista.
- Não a questione tanto. Mostre que você está ali para os momentos difíceis.
- Não a force a situações que você supostamente acha que a deixarão mais animada. Isso pode alavancar outros sintomas, como ansiedade, maior tristeza e até pânico.
O que pessoas com depressão querem que você saiba
1. Nem sempre pessoas com depressão estão tristes
A tristeza é um dos principais sintomas da depressão, mas a doença não se resume a somente isso. Afinal, a depressão pode apresentar outras emoções, como ansiedade, medo e até mesmo euforia, em pessoas que sofrem de depressão bipolar.
2. Falar “você vai sair dessa” não ajuda
Por mais que você tente se mostrar empático, falar a uma pessoa com depressão que ela irá ou deve “sair dessa situação” pode agravar o caso. Isso porque o paciente pode se sentir fraco ou inútil, pois a frase dá um caráter simplista a um transtorno que é sério.
3. Entenda que nem sempre há motivo para a pessoa estar depressiva
O isolamento, a tristeza, a falta de interação social muitas vezes são consequências e não causas da depressão. Por isso, em diversas situações os pacientes não têm razões emocionais concretas que justifiquem o porquê de estar com quadro depressivo.
4. A pessoa depressiva pode se afastar justamente por gostar de você
Pessoas com depressão costumem se sentir muito incomodados ao verem amigos e familiares queridos sofrendo com a condição delas. Isso faz com que se afastem de quem amam a fim de protegê-las e não por falta de sentimentos.
5. Pequenas ações são complexas para quem tem depressão
Levantar da cama, comer, falar o que está sentindo, pegar o transporte até o trabalho… Essas atividades podem parecer muito simples e fáceis de serem realizadas; mas por vezes não para alguém com depressão. Ações consideradas pequenas para muitos podem ser verdadeiros desafios e tormentos para quem tem depressão.
Prevenção
A prevenção da depressão pode ser feita com algumas medidas:
- Praticar exercícios físicos
- Realizar técnicas de relaxamento, como meditação e yoga
- Ter uma agenda para programar suas atividades
- Ter uma boa qualidade de sono
- Fazer atividades de lazer, que você se sinta feliz
- Manter uma alimentação saudável e equilibrada
- Manter as vacinações em dia
- Prevenir-se de outras doenças
- Estar sempre hidratado
Confira demais conteúdos com dúvidas frequentes sobre depressão respondidas por especialistas:
Referências
Organização Mundial da Saúde (OMS)
Psiquiatra Pérsio Ribeiro Gomes de Deus (CRM-SP 31.656), diretor técnico de saúde do Hospital Psiquiátrico da Água Funda (SP)
Psiquiatra Diego Freitas Tavares (CRM: 145258) , pesquisador do Programa de Transtornos Afetivos (GRUDA) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPQ-HC-FMUSP)
Psiquiatra Mario Louzã, doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg, Alemanha
Psicóloga Milena Gonçalves Lhano, pós-graduada em Milão na Itália
Fábio Roesler, psicólogo e Neuropsicólogo da Clínica de Cefaleia e Neurologia “Dr Edgard Raffaeli”
Psicanalista Cristiane M. Maluf Martin
Psicóloga Priscila Gasparini, com especialização em neurologia e doutora pela Universidade de São Paulo (USP)
University Of Texas Southwestern Medical Center At Dallas. “UT Southwestern Researchers Study Benefit Of Exercise, Medication On Depression.” ScienceDaily. ScienceDaily, 5 February 2004.
Educador físico Fábio Miranda
Neurologista Thais Rodrigues (CRM: 110217), Diretora do Headache Center Brasil
Adriana de Araujo, psicóloga e autora do livro “O Segredo Para Vencer a Depressão”
Coelho CL, Crippa JA, Santos JL, Pinsky I, Zaleski M, Caetano R, Laranjeira R. “Higher prevalence of major depressive symptoms in Brazilians aged 14 and older”. Revista Brasileira de Psiquiatria, 2013.