A causa mais comum de aumento persistente da glicose no sangue (hiperglicemia) é o diabetes mellitus. Outros fatores, tais como as infecções agudas graves e a ingestão de alguns medicamentos (exemplo: corticoides) podem provocar hiperglicemia temporária.
A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, a qual facilita a passagem do açúcar (glicose) presente no sangue para o interior dos tecidos, para ser utilizado como fonte de energia. Dessa forma, a insulina é capaz de reduzir a glicose do sangue. Portanto, se houver falta desse hormônio, ou mesmo se ele não agir corretamente (resistência à insulina), haverá aumento sérico de glicose e, consequentemente, diabetes.
Há dois tipos principais de diabetes, a saber: tipo 1 é aquele em que as células-beta do pâncreas, responsáveis pela fabricação da insulina, são destruídas. Isso leva a uma intensa falta desse hormônio que, geralmente, causa um grave aumento da glicose no sangue e necessidade de tratamento imediato com insulina. Esse tipo acomete mais frequentemente os indivíduos jovens, embora, às vezes, possa aparecer também em adultos.
No diabetes tipo 2, que ocorre comumente em pessoas com mais de 40 anos, há uma combinação de dois fatores. Além de haver redução da produção de insulina (falta relativa), este hormônio também não age de maneira adequada. Neste caso, apesar de a insulina estar presente, sua capacidade de fazer a glicose sair da corrente sanguínea e entrar no interior das células é menor. Consequentemente, a glicose no sangue aumenta (hiperglicemia). Em geral, o diabetes tipo 2 pode ser tratado com medicamentos orais ou injetáveis, contudo, com o passar do tempo, a falta de insulina pode se agravar. Se isso acontecer, será necessário, também, o emprego desse hormônio, isolado ou associado com medicamentos.
Há, também, outros tipos de diabetes, incluindo o diabetes gestacional, que pode até necessitar de tratamento com insulina, dependendo de cada gestante. Esse tipo de diabetes tende a desaparecer após a gestação.
É importante que as pessoas estejam familiarizadas com as manifestações clínicas da hiperglicemia, pois elas são, frequentemente, o primeiro indício de diabetes
Atualmente, o valor de referência normal para a glicemia (concentração de glicose no sangue) após, no mínimo, 8 horas de jejum é de até 99 mg/dL. Valores de 100 a 125 mg/dL são considerados alterados, mas ainda não diabéticos. O indivíduo é considerado diabético nas seguintes situações:
– Duas glicemias de jejum maiores ou iguais a 126 mg/d;Glicemia maior que 200 mg/dL colhida a qualquer hora do dia na presença de sinais e sintomas de diabetes (polidipsia, poliúria e perda de peso)
A curva glicêmica ou teste oral de tolerância à glicose (75 g) pode ser também empregada para o diagnóstico de diabetes. São realizadas glicemias antes e 30, 60, 90 e 120 minutos após a ingestão de glicose. Neste teste, os valores de glicemia entre 140 e 200 mg/dL, duas horas após a ingestão de glicose, são compatíveis com intolerância à glicose (pré-diabetes). O diagnóstico de diabetes é confirmado quando a glicemia for igual ou maior que 200 mg/dL aos 120 minutos.
Todos os indivíduos diabéticos (tipos 1 e 2) apresentam hiperglicemia no momento do diagnóstico, mas a presença das manifestações clínicas (Quadro 1) dependerá da intensidade do aumento da glicose. Por exemplo, uma pessoa que tem diabetes e sua glicose gira em torno de 130 mg/dL, em geral, não apresenta sintomas.
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