Nuvens densas de uma frente fria e o fogo sem fim que arde na região amazônica anteciparam o anoitecer em São Paulo. Por volta das 15h de uma segunda-feira fria, 14ºC de média, os paulistanos se assustaram com o breu.
Luzes acesas, faróis ligados. Fim do mundo? ‘Blade Runner’? Não, a maior cidade do país escancarou os efeitos do descontrole ambiental que se agravou nos últimos meses no Brasil.
Ao G1, Josélia Pegorim, meteorologista do Climatempo, explicou que partículas de fumaça viajaram da Amazônia para áreas do Sul e Sudeste do país, incluindo São Paulo.
“A fumaça não veio de queimadas do estado de São Paulo, mas de queimadas muito densas e amplas que estão acontecendo há vários dias em Rondônia e na Bolívia. A frente fria mudou a direção dos ventos e transportou essa fumaça pra São Paulo”, diz.
Queima, babilônia
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostrou que o número de focos de incêndio no Brasil é o maior desde 2013. Entre janeiro e domingo, 18 de agosto, mais de 71 mil pontos de queimadas foram registrados no território nacional. O recorde até aqui era de 66 mil, em 2016.
A alta, em comparação com os 39 mil focos de incêndio de 2018, é de 82%. O aumento, de acordo com o ‘Programa Queimadas do Inpe’, é expressivo em estados como Mato Grosso do Sul, com 260% e Rondônia, com 198%.
Ainda na região da Amazônia, Pará, com 188% e Acre, com 176%, completam o time do desmatamento. No Sudeste, o Rio de Janeiro aparece em primeiro com 173% de alta nos focos de incêndio.
Marcado pela escuridão repentina de São Paulo, agosto de 2019 ostenta recorde negativo para o pulmão verde do mundo. O mês se encaminha para a conclusão com aumento de 245% nas queimadas em relação ao mesmo período de 2018.
Informações de Hypness