Dores intensas no período menstrual, infertilidade e incômodo durante as relações sexuais são os principais sintomas da endometriose. A condição inflamatória atinge cerca de 6 milhões de mulheres no país, de acordo com a Associação Brasileira de Endometriose, e ocorre quando o endométrio, tecido que envolve a parte interna do útero, se espalha para outros locais do corpo. A causa da endometriose pode ter ligação genética, imunológica ou, ainda, com fatores biológicos. Em um ciclo normal, boa parte do endométrio é expelido do organismo quando o óvulo não é fecundado, mas algumas células da mucosa podem migrar com a menstruação para a região pélvica, se multiplicando nos ovários, trompas, bexiga e intestino. Em outros casos, esses tecidos podem ser transportados pelo sangue para outros órgãos, como o pulmão.
Sintomas mais comuns da endometriose
A endometriose pode começar a se desenvolver a partir da primeira menstruação, mas geralmente só é diagnosticada por volta dos 30 a 35 anos de idade. Muitas vezes, a descoberta ocorre quando o quadro já está evoluído. Os principais sintomas são dor intensa no período menstrual – de forma que incapacita as mulheres de realizarem tarefas do dia a dia -, infertilidade e incômodo nas relações sexuais. Os sintomas (tipo, frequência e intensidade) variam de pessoa para pessoa. Com uma forte relação genética, as mulheres que têm parentes próximas com endometriose têm mais probabilidade de desenvolver a doença.
Qual a relação entre endometriose e infertilidade?
A infertilidade tem forte ligação com a endometriose: cerca de 40% das mulheres com a doença ficaram inférteis, segundo o Ministério da Saúde. A explicação é que o avanço da condição inflamatória pode comprometer as tubas uterinas e impedir que o espermatozóide chegue ao óvulo, impossibilitando a fecundação. Em alguns casos, o tratamento clínico pode reverter o quadro quando não há obstrução completa das tubas uterinas.
Tratamento da endometriose pode ser clínico ou cirúrgico
A endometriose é uma doença crônica que regride na menopausa, já que nesse período há redução na produção dos hormônios femininos. O tratamento da dor normalmente ocorre com prescrição de antiinflamatórios, porém o uso sem acompanhamento médico pode levar a outras consequências. Quando diagnosticada mais cedo, o tratamento costuma ser feito com pílulas anticoncepcionais (que possuem estrogênio e progesterona na composição) sem intervalos para a menstruação. Nos casos em que a inflamação está mais avançada, uma intervenção cirúrgica pode ser necessária.
Fontes: Ministério da Saúde e Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva.