Uma operação da polícia do Rio de Janeiro prendeu 23 fiscais da Vigilância Sanitária, nesta quinta-feira (3). Os profissionais que deveriam zelar pela segurança de consumidores e clientes são acusados de extorquir dinheiro de comerciantes. Os fiscais cobravam propinas e tinham até uma tabela com tarifas fixas.
Dos 30 mandados de prisão, 28 são contra funcionários públicos municipais da Vigilância Sanitária. Só com o fiscal Luis Carlos Ferreira de Abreu, que foi preso em casa, foram apreendidos R$ 800 mil.
Os fiscais cobravam propina para autorizar o funcionamento de restaurantes, açougues e supermercados. Em alguns casos, a emissão das licenças só era possível mediante o pagamento de até R$ 500 por semana, como mostra uma escuta telefônica feita pela polícia, com autorização da Justiça.
Quem não participasse do esquema, era ameaçado com multas ou tinha o estabelecimento fechado. Outras escutas telefônicas, segundo os investigadores, mostram a negociação de valores.
De acordo com a polícia, os criminosos chegavam a arrecadar até R$ 50 milhões por ano. Com base nas investigações, a polícia acredita que o esquema de extorsão funcionava desde 2010.
A própria Secretaria Municipal de Saúde teria tentado impedir a atuação da quadrilha remanejando fiscais para outras áreas da cidade, mas o esquema de corrupção continuou chefiado por um dos gerentes do setor de Vigilância Sanitária.
Um dos responsáveis pela coordenação dos fiscais, Eduardo Denigres, está foragido. Ele recebia parte do dinheiro arrecadado.
Jornal Hoje