Uma equipe brasileira de estudantes participou pela primeira vez de uma competição da NASA, sendo destaque não só pela dedicação, mas pelo ineditismo da empreitada.
O grupo batizado como SpaceTroopers representou nosso país no “NASA Human Exploration Rover Challenge”, evento que reuniu estudantes de diversos países.
Formado por alunos de Engenharia Química da Universidade Federal Fluminense (UFF) e por estudantes do ensino médio de escolas de São Gonçalo e Niterói, no Rio de Janeiro, o sexteto coleciona mais de 50 medalhas em competições científicas regionais, nacionais e até internacionais.
Os jovens construíram seu próprio veículo Rover (utilizado em missões de exploração espacial) para participarem do evento, que ocorreu em Huntsville, no Alabama (EUA).
“O projeto se desenvolveu superando desafios com a construção, os materiais, a funcionalidade do equipamento e até a inscrição, já que o Brasil não aparecia entre os países na lista de inscritos”, relembra a aluna da UFF e integrante dos Spaces, Nathalia.
Reconhecimento
Os estudantes venceram os prêmios “Jesco von Puttkamer International Team Award”, destinado à melhor equipe internacional e o “Pit Crew Award”, voltado ao grupo que melhor solucionou as questões que envolveram a atuação do rover durante a competição, considerando critérios como a criatividade e a dedicação destinadas ao projeto.
De acordo com João Marcos, professor e chefe de Departamento de Engenharia de Telecomunicações da UFF, a presença de uma equipe brasileira no NASA Human Exploration Rover Challenge é vital para o desenvolvimento futuro da robótica nacional. “O Brasil precisa cada vez mais formar pessoas com habilidades e criatividade nessa área. Não podemos ficar de fora dessa nova onda para que não sejamos, mais uma vez, um mero importador de tecnologia”, enfatiza.PUBLICIDADEANUNCIE
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“Acredito que abrimos uma porta para diversos alunos e que a nossa participação em uma competição da NASA servirá de estímulo para muitos jovens”, destaca Nathalia.
Infelizmente, o investimento em robótica em terras tupiniquins ainda é bastante limitado. “Quando se fala em robótica, ainda se tem em mente robôs em linhas de montagem e submarinos que auxiliam na exploração de petróleo e gás. Contudo, há muitos outros usos em campos que somente agora estão ganhando destaque no mundo, tais como auxílio a cirurgias, veículos autônomos (terrestre, aquático e aéreo), sondas de exploração, vendas diretas ao consumidor e em substituição a um ser humano em operações industriais de grandes riscos, além da nanorobótica,” diz João Marcos.
No entanto, o interesse por esse campo de conhecimento têm crescido entre crianças e jovens. “Seja pela interação através de filmes e jogos, pelas tecnologias em geral que a cada dia se tornam mais disponíveis ou até mesmo por um primeiro contato com a área em algumas escolas que tomaram a bela iniciativa de incluí-la em seus currículos”, explica o professor.
A Universidade Federal Fluminense tem incentivado o desenvolvimento de pesquisas e aplicações relacionadas à área da robótica por meios de projetos como o UFFight e o PET-Elétrica, que além de produzirem tecnologias, promovem o avanço de estudos na área.
Fonte: UFF
Fotos: Divulgação / UFF