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Idosa é presa por aliciar sexualmente neta adolescente em Canoas

A Polícia Civil prendeu, na manhã desta quarta-feira (13), uma idosa de 71 anos suspeita de aliciar sexualmente a neta, que hoje tem 15 anos. Os abusos aconteceram por quase dois anos. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Pablo Queiroz, a mulher obrigava a neta a manter relações sexuais constantes com um homem de 60 anos, preso em dezembro do ano passado.

“Um fato importante é de que a menina era estuprada na cama de casal que foi comprada pelo próprio abusador e a avó dormia no quarto ao lado. Em troca, o homem fazia compras de supermercado, de alguns móveis e reformas na casa”.

Em depoimento à policia, a menina disse que avó a obrigava a tomar comprimidos para não engravidar. Ela contou, com detalhes, os encontros que teve com o homem, sempre na casa da avó e com a presença dela. Disse ainda que ganhava dinheiro do abusador.

A situação da adolescente é acompanhada pela polícia há quase três anos. De acordo com o delegado, o primeiro contato com a família começou por uma disputa de guarda entre a avó e um tio.

“Eu encontrei os dois brigando, aqui na frente da delegacia, pela guarda da menina. Naquela ocasião, ficou decidido que era melhor para ela ficar com o tio, mas para meu espanto a guarda foi devolvida dois meses depois, o que não é comum. Depois eu descobri que a avó infernizava o tio e pedia que a menina fosse morar com ela”.

Segundo o delegado, com a desistência do tio, a guarda da adolescente foi dada a um pai social. “A avó fez uma denúncia de estupro contra o pai social. Na investigação, descobriu-se que não houve abuso. Então, a gente se preocupou com essa avó. Não que ela estivesse cometendo algum crime sexual, mas em relação à saúde psicológica dela”.

Depois disso, a menina passou a morar num abrigo. Na instituição, longe dos cuidados da idosa, a polícia interceptou bilhetes que eram entregues pela própria avó, depois por outras pessoas e até em encontros clandestinos na escola da adolescente.

“Temos todos os bilhetes anexados ao inquérito. Eles vinham com um recado: ‘leia e destrua’. Mesmo assim, conseguimos ter acesso a eles. Ela fazia chantagem emocional clara, falava do abusador e dava a entender que tinha um plano de fuga para levar ela para Santa Catarina. Foi aí que decidimos prender os dois.”

O abusador, um homem de 60 anos, foi preso no início de dezembro.

“É muito difícil conversar com a menina. Ela se refere a ele como ‘meu namorado’. Acha que teve um relacionamento com ele”.

A avó, antes de ser presa na manhã desta quarta, ainda tentou produzir novas denúncias contra o homem e fingia estar preocupada em proteger a neta, como conta o delegado.

“Nós gravamos toda a prisão, por precaução. Ela sempre foi manipuladora e se dizia ‘colaboradora da polícia’. Antes de saber que seria presa, ela a chamava de ‘minha netinha’ e tentava nos convencer de que ela não sabia de nada. Quando dei voz de prisão, ela mudou e passou a chamar a menina de ‘pilantra’. Ela justificou que havia sido dopada pelo abusador e que, quando acordou, ele estava na cama da neta”.

A idosa foi indiciada por abuso de vulnerável e exploração sexual, com penas que podem passar 10 anos, segundo Queiroz.

“Vó é mãe com açúcar. Dificilmente uma avó faz maldade. Avós nos cuidam, nos protegem do mal. Se tem uma notícia boa nisso tudo, é que se nota uma melhora na atitude da menina desde que ela foi para o abrigo”.

Segundo informações da polícia, a adolescente não conheceu o pai, e a mãe sofre de esquizofrenia.

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