Conexão Amazônia

Sobre a Ditadura do Dinheiro

Olá meus amigos do Conexão Amazônia. Tudo bem?

Embora essa semana o Estado de Pernambuco tenha sido o primeiro a promulgar um Código Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor, hoje, lhes peço licença para não falar sobre direito do consumidor.

Gostaria de lhes falar sobre o que aconteceu em Brumadinho com o rompimento da barragem da mineradora Vale.

Impossível não se emocionar com essa “tragédia”.

E a primeira questão que vem à tona é se realmente trata-se de uma tragédia, ou seja, de um acidente da natureza.

Parece-me que não. Parece-me que trata-se de um exemplo gritante da “Ditadura do Dinheiro” que tomou conta de nossa sociedade. A questão que me vem é:

Por que uma empresa que, desde a tragédia de Mariana, lucrou mais de 40 bilhões de reais não investiu em prevenção?

A resposta me parece que é no sentido de que isso não era prioridade. A prioridade é o retorno ao acionista que muitas vezes está em Paris, Nova York, Hong Kong, especulando.

Quanto “Vale” uma vida?

Algum diretor foi soterrado? Não.

As pessoas que tomam as decisões pela empresa na dúvida entre o lucro e o risco, escolhem o primeiro por uma imposição do divinizado “mercado”. Pela ditadura do desempenho.

Muito triste essa realidade. Quanta tristeza sofrida por muitos para que poucos lucrem bilhões.

Gostaria de encerrar repostando o apelo do Sr. Márcio Mascarenhas, uma das vítimas, veiculado em 3 de fevereiro nas redes sociais, que dizia:

Estão acabando com tudo em volta. Onde antes era uma mata cheia de nascentes, hoje está virando um deserto empoeirado e sem vida. O que é mais importante, o dinheiro ou as pessoas que morrem de doenças pulmonares por estarem respirando esse pó poluído com minerais pesados e bebendo água misturada com esse mesmo veneno? Lençóis freáticos entupidos. Pulmões entupidos e o turismo ecológico que antes era fonte de riquezas para a região se transformou em deserto “poeirento” e desabitado.”

Cenário horrendo de um futuro que começou há décadas atrás.

Será que ainda há esperança?”.

Meu caro senhor Márcio. Não sei o que lhe responder.

Lincoln Max Bernardo de Aguiar para o Conexão Amazônia

Email: lincolnmax406@hotmail.com

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