Os smartphones nos auxiliam muito em nosso cotidiano. Por isso mesmo, muitas vezes fornecemos quase instintivamente nossos dados pessoais e bancários, bastando uma simples solicitação para tal. Em 2018, porém, vários acontecimentos demonstraram que é preciso tomar mais cuidado com a proteção de dados.
É sobre esse assunto que escreve o tecnólogo Cooper Quintin em sua coluna para o The New York Times. Para ele, os nossos celulares são máquinas frágeis e passíveis de invasão. Ele deu como exemplo os recentes casos de interceptações telefônicas do presidente norte-americano Donald Trump.
A questão é que a rede de telefonia móvel utilizada nos Estados Unidos, desenvolvida há mais de 40 anos, é arcaica e está ultrapassada. Quando foi implementada, ainda em 1975, não foi pensada de forma a atender os requisitos mínimos de segurança e sua atualização tem demorado.
Enquanto isso, hackers tiram proveito de informações vazadas e aplicam os mais variados golpes cibernéticos. Além disso, os cada vez mais acessíveis aparelhos de espionagem têm facilitado o processo.
Apesar do avanço na tecnologia de internet móvel — agora atingindo inclusive o patamar 5G — grande parte dos aparelhos ainda possuem a tecnologia 2G. É graças à sua existência que os smartphones estão mais vulneráveis, uma vez que esse tipo de rede não diferencia uma torre de telefonia real de uma pirata e também não protege o aparelho da interferência de simuladores de sites, de acordo com o jornal. O negócio tornou-se lucrativo e empresas de todo o mundo já comercializam ilegalmente o acesso à rede mundial de telefonia como uma espécie de produto.
Para Quintin, há duas explicações para o atraso na tomada de atitudes para encerrar a violação de dados. Uma delas é a complexidade do assunto e as centenas de organismos envolvidos no processo. Outra é a intenção dos órgãos governamentais, que também podem estar tirando proveito das informações obtidas.
Ainda assim, Quintin defende que medidas precisam ser adotadas, como novas políticas públicas que recusem acordos com empresas de telefonia que não atendam aos requisitos mínimos de segurança e não se adequem a um novo sistema de segurança, e também um esforço internacional conjunto para combater o problema.