O diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, afirmou nesta sexta-feira (21) que o italiano Cesare Battisti será encontrado pelas autoridades brasileiras. O ex-ativista, condenado a pena perpétua por assassinatos cometidos na década de 1970 na Itália, está foragido desde que sua prisão e extradição foram decretadas.
De acordo o delegado, a Polícia Federal já acionou todos os protocolos internacionais e realizou 32 operações ao longo da última semana para checar informações sobre o paradeiro do Battisti. “Ele será encontrado, em razão da cooperação entre forças policiais brasileiras e internacionais”, disse, durante entrevista coletiva.
Rogério Galloro também explicou que, após a divulgação de fotos com possíveis disfarces do italiano, muitas informações foram enviadas pela população à força policial. “Quando divulgamos fotos recebemos muita informação. Fizemos uma triagem e as mais fidedignas nós apuramos por meio dessas operações”, revelou.
Prisão e extradição
Condenado por homicídios na Itália, o ex-ativista teve sua extradição decretada no último dia 14 de pelo presidente Michel Temer. Ele era procurado desde 13 de dezembro, quando a prisão foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux. Um avião do governo italiano já está no País para a transferência.
O pedido de prisão foi feito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. No documento, ela alegou que a “custódia cautelar” seria para “evitar o risco de fuga” ou ainda “assegurar a eventual e futura entrega do extraditando à Itália”. No dia 14, Dodge afirmou que a revisão da extradição era “possível” e “constitucional”.
Entenda o caso
Battisti está no Brasil desde 2004, depois de ter vivido por 30 anos como fugitivo na França e no México. A extradição chegou a ser cogitada, mas foi negada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último dia de mandato. A partir de 2010, o italiano passou a viver em São Paulo e chegou a ser preso ao tentar sair do País com destino à Bolívia.