No desenho, a cadela aparece com uma auréola na cabeça, simbolizando que ela se tornou um anjo após a morte.
Uma escola de Joinville, em Santa Catarina, decidiu homenagear a cadela morta por um segurança do Carrefour de Osasco (SP). Um desenho do animal foi feito no muro da instituição educacional.
No desenho, a cadela aparece com uma auréola na cabeça, simbolizando que ela se tornou um anjo após a morte. Ao lado dela, foi escrita a frase: “diga não a violência contra o animal”.
A decisão da escola de representar a cadela em um desenho é simbólica não só por fazer uma justa homenagem à Manchinha, como ficou conhecido o animal, mas também pelo ato servir como forma de conscientização. Por ter sido feito em uma escola, o desenho tem um poder educacional ainda maior, já que atinge não só quem passa pelo local, como também os alunos, conscientizando-os sobre os direitos animais desde a infância.
A escola colocou ainda um comedouro e um bebedouro na calçada para que animais abandonados possam se alimentar e matar a sede. Acima deles, foi colocado uma espécie de “telhado” para proteger a ração e a água do sol e da chuva e, no muro, foi escrito “pet shop”, para indicar o espaço reservado à alimentação dos animais em situação de rua.
Entenda o caso
Uma cadela morreu, após ser brutalmente agredida no Carrefour de Osasco (SP), no dia 29 de novembro. Relatos de que um funcionário da empresa, da área de segurança, agrediu o animal foram confirmados por imagens de uma câmera de monitoramento. Há, também, a suspeita de que ele tenha sido envenenado. O acusado pelo crime prestou depoimento na última quinta-feira (6) e confessou a agressão.
Havia uma expectativa de que um laudo determinasse a causa da morte do animal. No entanto, o corpo do cachorro foi cremado, o que prejudicou as investigações. Segundo informações da Folha de S. Paulo, o responsável por cremar o cachorro foi o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) do município, que alega ter tomado tal providência por não ter, no momento do resgate do animal, informações sobre os maus-tratos, mas apenas a versão de que o cão havia sido atropelado.
Relatórios sobre o atendimento do animal apontam sinais de envenenamento, segundo o delegado Bruno Lima, eleito deputado estadual pelo PSL, e que está acompanhando a investigação sobre o caso. Testemunhas relatam que o envenenamento, de fato, ocorreu e que foi dada mortadela com veneno para a cadela. O fato do animal ter apresentado vômito sustenta a suspeita. “Foi dada mortadela envenenada e ele vomitou essa mortadela que ele comeu”, disse o jurista Fernando Capez.
A causa da morte da cadela, segundo a veterinária que socorreu o animal, foi hemorragia. “O animal deu entrada consciente no departamento em decúbito lateral (deitado de lado), mucosas anêmicas, hipotensão severa (pressão baixa), hipotermia intensa, hematêmese (vômito com sangue) e escoriações múltiplas”, informa trecho de uma nota emitida pela prefeitura sobre o caso. “Apesar do tratamento instituído, o animal veio a óbito”, completa.
No boletim de ocorrência registrado na Delegacia de Meio Ambiente, consta que o animal chegou “desfalecido e agonizando” à unidade da prefeitura, sendo “diagnosticado” com “hemorragia digestiva alta”. Ainda segundo o documento, “após manobras de reanimação”, a cadela “apresentou parada respiratória” e veio “a óbito” quase três horas após o resgate.