Do norte ao sul do país, de leste ao oeste, os 11 projetos selecionados pelo Desafio Criativos da Escola 2018 provam que há criatividade e protagonismo de criança e jovens em todas as regiões do Brasil.
Há iniciativas de Campo Bom (RS) a Palmas (TO), de Brasilândia (MS) a Senador Pompeu (CE), de São Paulo (SP) a Canindé de São Francisco (SE), do Rio de Janeiro (RJ) a Vila Rica (MT), de Pindoretama (CE) a Sumaré (SP) passando por São Miguel das Matas (BA). Estas são as 11 cidades de onde vieram as iniciativas selecionadas entre as 1654 ações inscritas na edição deste ano.
Além de receberem prêmios em dinheiro, as equipes enviarão três estudantes e um educador ou educadora de cada uma das 11 iniciativas para uma vivência em Fortaleza (CE), onde poderão trocar experiências e fortalecer seus projetos. A celebração pública do Desafio 2018 será realizada no dia 4 de dezembro na capital cearense e terá transmissão ao vivo pelo canal de YouTube do Criativos da Escola. Guarde a data da cerimônia confirmando presença em nosso evento de Facebooke aproveite a transmissão para conhecer os estudantes premiados.
De nove estados e das cinco regiões do país, os projetos abordam temas diversos que trazem respostas a problemas sentidos pelos jovens nas suas realidades. As ações transformadoras valorizam a diversidade e a identidade dos estudantes na construção de uma escola mais conectada à comunidade.
É o que fica evidente no projeto realizado por jovens em contexto de privação e liberdade, assim como a ação de estudantes de uma comunidade agrícola em busca de alternativas para se ter água. Ou quando jovens se reuniram para contribuir com a economia de seu município ou para combater práticas racistas dentro da escola.
Projetos diversos que atuam no cuidado com o meio ambiente, na construção de igualdade entre homens e mulheres, no combate ao racismo, ao bullying e ao suicídio, por exemplo, estão representadas em ações por meio de arte, ciência, economia, saúde, entre outros.
Entre os critérios de análise e seleção dos projetos pelo júri estão: o potencial de transformação social das ações realizadas e o quanto a iniciativa contribuiu para o desenvolvimento da empatia, colaboração, criatividade e protagonismo dos estudantes.
Conheça os projetos:
- A TV Degase e o Na Pista – Estudantes do 7°ano do ensino fundamental, do 1º e do 3º ano do ensino médio do Colégio Estadual Candeia e do Colégio Estadual Luiza Mahin / Rio de Janeiro (RJ)
No contexto de privação de liberdade, como se constrói a identidade de meninos e meninas? A partir destas inquietações é que dois educadores realizaram uma oficina de fotografia e provocaram os jovens a eles próprios construírem um processo de resgate de sua individualidade.
Clique aqui e conheça o projeto “A TV Degase e o Na Pista”.
- Apoio à recuperação ambiental – Estudantes do 2º e do 3º ano do ensino médio do Colégio Estadual Delmiro de Miranda Britto / Canindé de São Francisco (SE)
Alunas que são moradoras de uma comunidade rural agrícola perceberam o problema causado pela falta de água. Ao mesmo tempo, na escola, as estudantes ouviam com frequência reclamações dos colegas tanto sobre a dificuldade de respirar com o tempo seco da região, quanto pela falta de hortaliças frescas para comer na merenda escolar.
Clique aqui e conheça o projeto “Apoio à recuperação ambiental”.
- BanCoP: o banco comunitário de Pindoretama – Estudantes do 1°, 2° e 3° ano do ensino médio da E. E. M. Julia Alenquer Fontenele / Pindoretama (CE)
O município de Pindoretama não tem indústria nem empresa de grande porte. Quando as pessoas precisam tirar dinheiro no banco, precisam ir para a cidade vizinha, pois o único banco de Pindoretama não oferece esse serviço. Foi nesse contexto que os jovens se perguntaram: o que fazer para contribuir com a economia do município?
Clique aqui e conheça o projeto “BanCoP: o banco comunitário de Pindoretama”.
- Cabelo, autoestima e construção da identidade da menina negra – Estudantes do 6º e do 8º ano do ensino fundamental da Escola Estadual Professora Leila Mara Avelino / Sumaré (SP)
Um grupo de três alunas não se sentia contemplado com os conteúdos expostos em sala de aula sobre cultura africana e afro-brasileira. Práticas racistas continuavam acontecendo, principalmente a partir de “piadas” sobre seus cabelos. Para resolver o problema, as estudantes se mobilizaram para pesquisar o fenômeno e buscar soluções por meio de estudo e de ações concretas dentro e fora da escola.
Clique aqui e conheça o projeto “Cabelo, autoestima e construção da identidade da menina negra”.
- Centro de Pesquisa Continuada pela Igualdade de Gênero Nísia Floresta – Estudantes do 2° ano do ensino médio da E. E. E. P Professor José Augusto Torres / Senador Pompeu (CE)
Alunas sentiam na pele a naturalização de uma realidade que exclui as mulheres e que torna quase impossível que tenham as mesmas condições de vida que os homens. A vasta quantidade de casos de violência, a hiper sexualização do corpo feminino nos meios de comunicação e o fato desses assuntos não serem trabalhados no ensino médio motivaram as estudantes a criar um projeto que discutisse sobre a igualdade entre homens e mulheres.
Clique aqui e conheça o projeto “Centro de Pesquisa Continuada pela Igualdade de Gênero Nísia Floresta”.
- Cinezito: a educação através do cinema – Estudantes do 9º ano do ensino fundamental da EMEF Professor José Carlos Nicoleto Zito / São Paulo (SP)
A criação de canais de expressão e espaços de protagonismo eram demandas antigas dos alunos. Na mesma proporção eram as barreiras encontradas. Coletivamente, os estudantes decidiram criar uma alternativa para se comunicarem e darem vazão aos problemas vivenciados no contexto da sua comunidade.
Clique aqui e conheça o projeto “Cinezito: a educação através do cinema”.
- Escola e comunidade: vida e futuro – Estudantes do 1º e do 3º ano do ensino
médio da Escola Estadual Vila Rica / Vila Rica (MT)
Por estar distante cerca de 45 quilômetros do centro urbano, os próprios moradores decidiram se aventurar na construção de uma escola – que é multiseriada – e lutam para a sua manutenção que, ano a ano, sofre ameaças. Dialogando com essa realidade, a coordenadora da escola provocou os estudantes: o que vocês podem fazer para valorizar esta conquista das famílias de vocês?
Clique aqui e conheça o projeto “Escola e comunidade: vida e futuro”.
- Guarda-chuvas amarelos – Estudantes do 1°, do 2° e do 3° anos do ensino médio da Escola Estadual Frederico José Pedreira Neto / Palmas (TO)
Depressão, ansiedade, automutilação, solidão e tentativas de suicídio compõe uma triste realidade dos jovens e que sensibilizou um grupo de nove alunas do ensino médio. A partir da campanha de prevenção ao suicídio Setembro Amarelo, surgiu, então, a ideia de realizar ações estruturadas para um melhor atendimento aos seus colegas que precisam de ajuda durante todos os meses do ano.
Clique aqui e conheça o projeto “Guarda-chuvas amarelos”.
- Minas na ciência – Estudantes do 3° ano do ensino médio do Colégio Estadual Aldemiro Vilas Boas / São Miguel das Matas (BA)
Apesar de serem a maioria da população, as mulheres estão pouco representadas na ciência. Foi a partir de uma observação da professora sobre a falta de visibilidade do trabalho de mulheres nas ciências que as alunas decidiram mudar este cenário.
Clique aqui e conheça o projeto “Minas na ciência”.
- Tigre Branco: um aplicativo para salvar vidas – Estudantes do 8º e do 9º anos do ensino fundamental da Escola Municipal de Ensino Fundamental 25 de Julho / Campo Bom (RS)
No início de 2017, foram noticiadas diversas tentativas de suicídio de crianças e jovens que utilizaram o jogo “Baleia Azul”. O aplicativo de celular, que foi criado na Rússia e se espalhou pelo mundo, propõe 50 desafios aos participantes, relacionados a práticas depressivas e auto-depreciativas. Preocupadas com seus colegas, três alunas decidiram se unir para pensar em alternativas que contribuíssem com a melhoria da autoestima e evitasse o isolamento social dos estudantes.
Clique aqui e conheça o projeto “Tigre Branco: um aplicativo para salvar vidas”.
Destaque Parceria Votorantim pela Educação (PVE):
- Dicionário indígena ilustrativo: resgatando a língua Ofaié e Guarani – Estudantes do 6° ano do ensino fundamental da Escola Municipal Antônio Henrique Filho / Brasilândia (MS)
Alunos do povo indígena Ofaié enfrentam diferentes obstáculos ao estudar na escola. Após uma professora perguntar, em sala, sobre a língua de sua etnia, os estudantes nativos citaram algumas palavras das línguas Ofaié e Guarani – etnia que divide o território com os Ofaié. Foi rompida a invisibilidade até então dominante. Os colegas não indígenas quiseram aprender mais palavras e surgiu uma proposta: os estudantes poderiam contribuir para a sobrevivência da história e da língua de seu povo.
Clique aqui e conheça o projeto “Dicionário indígena ilustrativo: resgatando a língua Ofaié e Guarani”.