Até o mês de dezembro de 2021, o Governo de Rondônia estima ampliar de R$ 9 milhões para R$ 50 milhões o volume de investimentos diretos a microempreendedores populares, formais e informais com atividades produtivas de pequeno porte. A execução do microcrédito é da Superintendência Estadual de Desenvolvimento Econômico e Infraestrutura (Sedi). Do total de 120 mil empresas ativas atualmente em atividade no Estado, mais de 90% são constituídas por pequenos e microempreendedores individuais.
Pequenos e microempreendores individuais (MEIs) respondem por mais de 50% dos empregos em Rondônia e representam mais de 20% do Produto Interno Bruto (PIB), de R$ 45,78 bilhões, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“É uma meta audaciosa, porque os recursos vêm do próprio sistema privado”, disse o superintendente Sérgio Gonçalves, observando que esses grupos “são muito representativos na geração de empregos e levam o Estado a consolidar sua política indutora do desenvolvimento”.
O dinheiro é facilitado pelo Programa de Apoio às Micros e Pequenas Empresas e Empreendedores de Pequenos Negócios do Estado de Rondônia (Proampe), lançado em fevereiro deste ano para estimular as atividades econômicas, com a competitividade sustentável para empreendedores de pequenos negócios. Esse programa funciona nos moldes do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) do Governo Federal.
Tornar essa política inclusiva faz parte das prioridades governamentais. “O governador, Marcos Rocha, pretende ampliar com a máxima efetividade os resultados, e assim temos trabalhado o acesso ao crédito, mantendo segurança em relação ao risco”, explicou o superintendente.
As linhas de crédito do Proampe são de baixo custo, ou seja, a taxa de juros anual é a Selic, mais 1,25%. Segundo Sérgio Gonçalves, o Programa trabalha hoje para ampliar o modelo como vinha trabalhando duas décadas atrás.
MAIS EMPRESAS DE VESTUÁRIO E ACESSÓRIOS
No ano passado, Rondônia totalizou 21.611 empresas em atividade, mais de 2 mil do que em 2019, quando tinha 19.367. Esses dados apurados pela Sedi revelam equilíbrio de pequenos e médios investidores que enfrentaram a pandemia da Covid-19, sem se curvar totalmente aos seus drásticos efeitos.
Para 151 varejistas que fecharam as portas no ano passado, 513 abriram novos estabelecimentos notadamente no segmento de vestuário e acessórios.
Rondônia ganhou mais estabelecimentos do comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios entre março e dezembro de 2020. Segundo a coordenadora de Comércio Exterior, Glenda Hara, o ramo de restaurantes e similares ocupou o segundo posto no ranking dos segmentos mais abertos durante a pandemia
Promoção de vendas está em terceiro, com 288 novos estabelecimentos; em quarto, cabeleireiros, manicures e pedicures; e em quinto lugar empresas de fornecimento de alimentos preparados especialmente para o consumo domiciliar, entregues porta a porta: marmitas e marmitex com feijoadas, carnes e peixes, saladas, hambúrgueres, caldos e outros produtos especiais.
Já os segmentos mais afetados durante a pandemia e que encerraram suas atividades em 2020 são:
1º) Comércio varejista de vestuários e acessórios, que fechou 151 estabelecimentos. Exatamente esse é o segmento que mais abriu novos negócios no mesmo período;
2º) 79 restaurantes e similares fecharam;
3º Também paralisaram suas vendas 72 minimercados, mercearias e armazéns de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios; 62 promoções de vendas; e ainda pararam de funcionar 51 lanchonetes, casas de chá, sucos e similares.
Ao estimar em R$ 3,66 bilhões os novos investimentos empresariais no Estado, proporcionando 12.387 empregos, o correspondente a 26 empresas acompanhadas pela Sedi, o superintendente disse que “Rondônia sente a crise, mas sente menos do que a média nacional”.
SAIBA MAIS
► O Proampe visa incentivar a geração de trabalho e renda entre os microempreendedores populares;
► Eles devem ter faturamento anual de até R$ 360 mil, ofertar empregos e garantir renda mensal;
► O programa oferece recursos para o microcrédito produtivo orientado;
► Também oferece apoio técnico às instituições de microcrédito produtivo orientado, com vistas ao fortalecimento institucional destas para a prestação de serviços aos empreendedores populares;
► Utiliza metodologia baseada no relacionamento direto com o empreendedor, necessidade do valor do financiamento e a capacidade de pagamento do tomador de crédito.
► Além da disponibilização de recursos para o segmento, o PNMPO também tem a função de fomentar o microcrédito. Isso é feito, principalmente, através da promoção de seminários anuais, onde são feitas palestras, oficinas, discussão de gargalos e desafios do microcrédito no País.
Por Montezuma Cruz Fonte SECOM/RO – Fotos: Jeferson Mota