O Centrão (notadamente Artur Lira) e alguns ministros do STF pressionavam Bozo há dias para trocar Pazu.
O argumento era matador: Bozo precisava fazer um movimento marcante para enfrentar o agravamento da pandemia.
E esse movimento deveria conter uma mudança de rumo, com a nomeação de um ministro adepto da Ciência.
Artur Lira comandou a indicação da dra. Ludhmila Hajjar, Bozo aceitou. Mandaram a doutora vir de São Paulo.
Enquanto Bozo a recebia, levantou-se o currículo da dra. Hajjar e percebeu-se que ela era séria e competente.
No primeiro encontro no palácio, Bozo encrespou a conversa quando ela recitou sua intenção de seguir o protocolo científico.
Ao fim da audiência, Bozo foi envenenado por Eduardo Bananinha (que participou do encontro) e sua assessoria radical.
Ali combinou-se soltar um “salve” para os milicianos virtuais do bolsonarismo queimarem a dra. Hajjar numa fogueira.
Começaram os ataques pela internet. Lira ainda tentou recuperar a situação, mas não conseguiu.
Marcou-se uma nova reunião para hoje cedo, mas já sabendo que, se ela não recusasse o cargo, ela seria defenestrada.
Até porque o sogro de Flávio B., que também é cardiologista, já tinha indicado esse tal Queiroga como “gente da família”.
Quando percebeu que fora joguete da ira bolsonarista, ela resolveu sair atirando.
Artur Lira ficou poooto. Disse a parceiros, na Câmara, que vai lavar as mãos quanto ao próximo ministro. E arrematou: “Esse ministro logo será queimado. Quando Bolsonaro quiser discutir o quinto ministro, nós vamos discutir é o próximo presidente.”
Por CLÁUDIO MELLO – Jornalista