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Cientistas concluem que fóssil encontrado no Brasil é elo com répteis voadores

Cientistas encontraram no Rio Grande do Sul o fóssil de um animal que é apontado como a espécie que está na base da evolução das aves. O animal pré-histórico raro que é considerado como a última etapa evolutiva anterior à origem dos pterossauros, os famosos répteis voadores.

Depois de alguns anos de estudo sobre as ossadas encontradas aqui, na América do Norte, Argentina e Madagascar, os paleontólogos conseguiram identificar no Ixalerpeton polesinensis, nome científico do animal, características suficientes para afirmar que a espécie evoluiu para os primeiros animais vertebrados voadores. As conclusões foram publicadas na revista Nature

O estudo teve a participação do Departamento de Biologia da USP e da Associação Sul Brasileira de Paleontologia. Além de cientistas brasileiros, argentinos, americanos, suíços e britânicos participaram da descoberta.

Ixalerpeton polesinensis pertence à família dos lagerpetídeos, próxima à família dos dinossauros. O animal andou sobre a terra há 230 milhões de anos e tinha um tamanho acanhado em comparação com seus descendentes, 1 metro de comprimento. O fóssil brasileiro foi encontrado em 2009 em São João do Polêsine, região central do Rio Grande do Sul, por pesquisadores da Ulbra. 

Os pterossauros, sucessores evolutivos do ixalerpeton, foram os primeiros animais a desenvolverem o voo e a maior espécie que já ocupou os céus. Apesar da sua fama, seu passado era um ponto obscuro para a paleontologia até então.

O fóssil brasileiro que ajudou na identificação da espécie estava desarticulado, mas bem preservado. Os estudos recentes que procuraram fazer a reconstituição dos ossos do animal permitiram identificar no crânio um labirinto ósseo bastante desenvolvido, o que indica que a espécie, que era terrestre, estava prestes a desenvolver a habilidade de voo. O metabolismo bastante acelerado do animal também caracteriza a atividade de voo, que recruta muita energia.

“Essa descoberta encurta substancialmente a lacuna temporal e morfológica entre os pterossauros mais velhos e seus parentes mais próximos e, simultaneamente, fortalece a evidência de que os pterossauros pertencem à linhagem aviária dos arcossauros”, diz o estudo. Os arcossauros pertencem ao último grupo de dinossauros apontados como os que antecederam a separação em aves e crocodilos na árvore genealógica dos animais vertebrados.

Por Raphael Coraccini – Fonte CNN Brasil – Foto Luiz Munhoz/Ulbra

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